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  • Lírio Marques

Quantas histórias um brechó pode guardar?

Reprodução/Pinterest

No século XIX, no coração do Rio de Janeiro, Machado de Assis imortalizou em uma de suas obras mais famosas a loja de um comerciante chamado Belchior.


Conhecido por vender roupas e uma variedade de itens de segunda mão da burguesia carioca, essa loja, dois séculos mais tarde, seria reconhecida como o primeiro brechó do Brasil.


A moda sempre transitou em ciclos, resgatando referências do passado para criar algo novo e adaptá-lo às necessidades contemporâneas. Hoje, esses estabelecimentos desempenham um papel crucial nesse movimento, representando a forma mais democrática de consumir moda.


Isso reflete uma mudança cultural em direção ao consumo consciente e à valorização de peças com história e qualidade, apesar da predominância das marcas de fast-fashion no mercado.


Como verdadeiros depósitos urbanos de tesouros, os brechós oferecem uma experiência única de compra, onde a nova geração se aventura em busca de objetos que remetem a um passado que não viveram, mas que percebem como belos.


Esses locais não apenas abrigam vestuário, mas também mobiliário, decoração, livros e vinis raros, criando atmosferas nostálgicas através das histórias contadas pelos proprietários e da presença de itens únicos em suas prateleiras.

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Impulsionados pelas redes sociais, esses "garimpos" são agora exibidos em vídeos que destacam a atmosfera empoeirada e caótica dos comércios de roupas, ampliando o fascínio e a popularidade desses locais.


A crescente preocupação com um consumo mais consciente e sustentável, combinada com o desejo de desenvolver uma identidade pessoal única, tem levado muitas pessoas a explorar os brechós. Neles, encontram uma alternativa para escapar das tendências em massa e expressar sua individualidade de forma autêntica. Além disso, a acessibilidade dos preços não apenas beneficia o bolso, mas também sustenta pequenos negócios e contribui para diminuir o impacto ambiental da indústria da moda.


Para aqueles que sofrem de rinite ou outros problemas respiratórios e não podem tolerar a poeira, agora há a opção de explorar essas oportunidades através das telas, já que muitos brechós migraram para plataformas online.

Elas variam desde grandes startups que conectam brechós físicos até indivíduos que desejam vender suas roupas e objetos antigos.


Além disso, pequenos estilistas estão realizando upcycling de peças, transformando-as em novos itens únicos ou adicionando um toque especial, e comercializando suas criações diretamente através das redes sociais.

Reprodução/Pinterest

No final das contas, esses lugares, por muito tempo subestimados apenas por seus produtos, agora revelam sua importância no mundo atual como um ponto de convergência entre consumo consciente, moda diversificada e inclusiva. Assim, oferecem uma alternativa cativante ao modelo padrão de consumo da moda contemporânea.


Foto de Capa: Reprodução/Pinterest

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