Menos é mais ou "quanto mais melhor"?
Os movimentos artísticos sempre desempenharam um papel crucial na moda, influenciando sua construção e evolução ao longo dos séculos. Em meados dos séculos XIX e XX, , lembrando o conceito de Yin e Yang, surgem o maximalismo e o minimalismo, quase como um equilíbrio entre opostos. Esses movimentos deixaram marcas distintas em décadas alternadas, trazendo ideias progressistas em suas essências.
O minimalismo, com sua elegância e simplicidade, prega a ideia de "menos é mais", uma premissa que também se revela benéfica para o meio ambiente. Na moda, essa ideia é facilmente compreendida através de linhas retas, cores neutras e pastéis que variam do branco ao preto e bege, além de volumes reduzidos e poucos acessórios. Ele valoriza a versatilidade das roupas e o conforto, com um apelo crescente para peças genderless e menos focadas em gêneros específicos.
Em contraste, o maximalismo busca o exagero e adota a ideia de "mais é mais". Para os adeptos dessa estética, a expressão pessoal é essencial. O estilo é caracterizado por misturas de estampas, cores vibrantes, acessórios chamativos e sobreposições criativas. Nesse movimento, tudo é permitido e as combinações são infinitas e belamente variadas.
Embora o termo "maximalismo" tenha ganhado destaque nas décadas de 1950 e 1960 no intuito de se opor ao seu antagônico minimalista, essa estética se manifesta bem antes nas ricas cortes europeias devido exploração de suas colônias. Isso é visível nos estilos vitoriano e rococó, com o excesso de adornos e volumes na arquitetura e na moda da época.
Ao longo dos anos, essa estética evoluiu, mas manteve sua essência de riqueza de detalhes e autoexpressão, com o intuito de chocar. O minimalismo, por outro lado, surgiu como uma reação às expressões artísticas de sua época. Atualmente, além de ser um estilo de moda, o minimalismo é visto como uma filosofia, refletida na arquitetura modernista, na arte geométrica e na moda sóbria, com versatilidade e conforto como seus pilares.
Apesar de serem termos relativamente recentes, com menos de 100 anos como movimentos desde de suas primeiras manifestações, essas estéticas sempre estiveram presentes em várias culturas, tornando-se verdadeiros estilos de vida. Na Índia, as vestimentas e ornamentos usados em casamentos e no cotidiano refletem a essência do maximalismo, com suas tradições ricas e detalhadas. Da mesma forma, o minimalismo tem forte presença em países escandinavos como Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca, bem como em nações asiáticas como Coreia do Sul e Japão, onde a simplicidade e o conforto predominam.
A internet também desempenha um papel importante na disseminação dessas estéticas. No auge das redes sociais, o maximalismo se manifestou com animal prints, spikes, tecidos volumosos e acessórios variados, frequentemente vistos em celebridades como Lady Gaga, Rihanna e Nicki Minaj.
Com o surgimento de tendências como "Clean Girl" e "Old Money" e a ascensão do K-pop, o maximalismo deu lugar a roupas mais claras e acessórios mais orgânicos, como evidenciado pelo crescimento de grifes como Coperni e The Row, das irmãs Mary-Kate e Ashley Olsen, que dominam o estilo minimalista com maestria.
Embora sejam opostos, minimalismo e maximalismo podem se misturar. Um novo conceito, conhecido como "Maximalismo Minimal", combina a exuberância do maximalismo com a elegância do minimalismo, unindo cores fortes e estampas criativas com linhas retas contidas para criar algo totalmente novo.
Em resumo, esses movimentos, apesar de parecerem extremos, convivem de maneira harmoniosa e influenciam todas as áreas da moda e do design. Eles transcendem as tendências, afinal elas dependem desses movimentos e assim moldam e inspiram como nos expressamos e nos vestimos.
Foto de Capa: Divulgação/F.Markey
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