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  • Lírio Marques

O menino de ouro da Balmain

Olivier Rousteing e sua incrível trajetória na moda.

Divulgação/VOGUE

Um bebê de poucos meses foi deixado em um centro de adoção em Bordeaux, uma cidade conservadora de forte tradição católica, às margens do Rio Garonne, no sul da França.


Filho de uma jovem imigrante somali de 14 anos, cuja identidade permanece desconhecida, este bebê viria, vinte e cinco anos mais tarde, a se tornar a primeira pessoa negra a liderar uma renomada casa de moda francesa.


Ele também se destacaria como o segundo mais jovem a assumir tal posição, depois de Yves Saint Laurent, que ascendeu à Dior aos 21 anos.


Adotado em 1986 por um casal francês incapaz de ter filhos, foi criado como um príncipe, como ele próprio descreve. No entanto, desde jovem, enfrentou o racismo e os preconceitos ligados à sua adoção. Durante a infância, foi cruelmente apelidado de "bastardo" por colegas de escola.

Em sua própria família, experimentou a dor de ser rejeitado por sua bisavó devido à sua cor de pele. Essas adversidades moldaram sua resiliência e determinação, impulsionando-o ao sucesso na indústria da moda.


Aos 18 anos, Olivier mudou-se para Paris para estudar moda, muito influenciado por sua avó Suzelle, que era apaixonada pelo assunto, assim como o neto. Ele ingressou na prestigiada Ecole Supérieure des Arts et Techniques de la Mode. Em pouco tempo, começou a estagiar em Roma, no ateliê de um dos maiores ícones da moda italiana, Roberto Cavalli. Ao longo de cinco anos, Rousteing progrediu de estagiário a chefe do departamento feminino na grife romana.

Divulgação/VOGUE

Há quinze anos, em 2009, Olivier foi convidado a trabalhar como estilista no segmento ready-to-wear feminino da Maison francesa Balmain, ao lado de Christophe Decarnin, então diretor criativo da marca, que se tornou seu mentor até sua saída em 2011, colocando Olivier na linha de sucessão.


O objetivo dado ao jovem designer na grife ia além de simplesmente criar coleções anualmente; ele tinha a missão de restaurar a importância e influência que a marca, fundada por Pierre Balmain em 1945, havia perdido. Rousteing não só superou as expectativas, mas também revolucionou a Maison com um "novo estilo francês" moderno e inclusivo, destacado por suas criações sofisticadas e contemporâneas.


Em 2018, ele elevou a marca ao prestigiado status de alta costura. Ao honrar a estética legada por seu antecessor, Olivier também trouxe novos conceitos para as coleções, inspirado profundamente por suas origens.

Divulgação/Olivier Rousteing

Durante esse mesmo período, Rousteing se destacou como um dos primeiros a integrar a moda de luxo ao universo digital. Além disso, estabeleceu colaborações frequentes com artistas e celebridades de renome mundial, como Beyoncé, para quem criou figurinos memoráveis no documentário "Homecoming", o que lhe rendeu uma indicação ao Emmy de melhor figurino. Ele também colaborou extensivamente com a família Kardashian, reforçando o apelo comercial da marca.


Essas parcerias foram fundamentais para consolidar a Balmain como uma das marcas mais desejadas e comentadas entre o público jovem.

Divulgação/Balmain

Sua última coleção é uma parceria com os estúdios Disney para celebrar o 30º aniversário do filme "O Rei Leão", intitulada "Disney x Balmain: The Lion King", inspirada em sua herança africana. Após anos na casa, Olivier continua a revolucionar a moda francesa e a influenciar o mercado mundial, sendo ele mesmo.


Foto de Capa: Divulgação/VOGUE

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